quinta-feira, 1 de dezembro de 2011

AS CRIANÇAS NA UMBANDA

A linha das crianças, cujos membros baixam nos centros de Umbanda, é de todas a mais misteriosa.
Esses espíritos infantis nos surpre­en­dem pela ternura, inocência, argúcia, carinho e amor que vibram quando baixam em seus médiuns.
O arquétipo não foi fornecido pelo lado material da vida, pois uma criança com seus 7, 8 ou 9 anos de idade, por mais inteligente que seja, não está apta intelectualmente a orientar adultos ator­mentados por profundos desequi­líbrios no espírito ou na vida material.
Quem forneceu o arquétipo foram os seres que de­nominamos "encanta­dos da natureza".
Não foi baseado em espíritos de crian­ças que desencarnaram que essa linha foi fundamentada, e sim nas cri­an­­ças encan­tadas da natureza, que os aco­lhem em seus vastos reinos na na­tureza em seu lado espiritual e os am­param até que cresçam e alcancem um novo estágio evo­lu­tivo, já como espí­ri­tos naturais.
Os espíritos que se manifestam na li­nha das crianças atendem pessoas e auxiliam-nas com seus passes, seus ben­zi­mentos e suas magias elementais, tudo isso feito com alegria e simpli­cidade enquanto brincam com seus carrinhos, apitos, bonecas e outros brin­­quedos bem caracterizadores do seu arqué­tipo.  Ele é tão forte que adul­tos encar­na­dos sisudos se transfiguram e se tornam irreconhecíveis quando incor­poram sua criança.
A presença desses espíritos infantis é tão marcante que mudam o ambiente em pouco tempo, descontraindo todos os que estiverem à volta deles.
Todo arquétipo só é verdadeiro se for fundamentado em algo pré-exis­tente. O arquétipo "Caboclo" funda­men­­tou-se no índio brasileiro e no sertanejo mestiço. O arquétipo "Preto-Velho" funda­men­tou-se no negro já an­cião, rezador, mandingueiro e curador.
O arquétipo "Criança" fundamen­tou-se na inocência, na franqueza e na ingenuidade dos seres encantados ainda na primeira idade: a infantil.
E, caso não saibam, há dimensões inteiras habitadas só por espíritos nesse estagio evolutivo conhecido, no lado ocul­to da vida, como "estágio encan­tado". Nessas dimensões da vida há eles e suas mães encantadas, todas elas devotadas à educação moral, cons­ciencial e emocional, contendo seus excessos e direcionando-os à senda evolucionista natu­ral, pois eles não serão en­viados à dimensão hu­mana para encar­na­rem.
A elas compe­te supri-los com o indis­pensável para que não entrem em de­pressão e caiam no autismo ou regres­são emocional, muito comum nessas dimensões.
Nelas há reinos encantados muito mais belos do que os "contos de fadas" do imaginário popular foi capaz de des­crever ou criar.
Cada reino tem uma senhora, uma mãe encantada a regê-lo. E há toda uma hierarquia a auxiliá-la na manu­tenção do equilíbrio para que os milha­res de espíritos infantis sob suas guar­das não regridam, e sim, amadureçam lentamente até que possam ser condu­zidos ao estágio evolutivo posterior.
O arquétipo é forte e poderoso porque por trás dele estão as mães Orixás, sustentando-o, e também es­tão os pais Orixás, guardando-o e ze­lan­do pela integridade desses espíritos infantis.
A literatura existen­te sobre esse estágio se restringe a alguns livros de nossa auto­ria que abordam o está­gio encantado da evolução dos espíritos.
Mas que ninguém duvide da exis­tên­cia dele porque ele realmente existe e não seriam "crianças" humanas recém-desencarnadas e que nada sabiam da magia que iriam realizar os prodígios que os "Erês" realizam em benefício dos freqüentadores das suas sessões de trabalhos ou com forças da natureza quando oferendados em jardins, à beira-mar, nas cachoeiras ou em bosques frutíferos.
Há algo muito forte por trás do arquétipo e esse algo são os Orixás encantados, os regentes da evolução dos espíritos ainda na "primeira idade".
Para conhecerem melhor o estágio encantado da evolução, recomenda­mos a leitura do livro de nossa autoria A Evolução dos Espíritos, editado pela Madras.

Pai Rubens Saraceni

ORIXÁ IANSÃ

Iansã é a qualidade do Divino Criador, ela é o sentido de direção da Lei, é aplicadora da Lei e ordenadora  dos seres emocionados, esgotando seus desequilíbrios e vícios, direcionando e abrindo-lhes  novos campos, por onde evoluirão de forma menos emocional. 
Mãe Iansã é extremamente ativa, é movimentadora e aplicadora  da Lei nos campos da justiça. Assim que o ser é purificado de seus vícios, Iansã entra na sua vida redirecionando-o e conduzindo-o para um  campo no qual retornará sua evolução. Uma das suas atribuições é recolher os seres fora-da-lei e, com um de seus magnetismos, alterar todo o seu emocional  desvirtuado, seu mental e consciência desordenados, para só então redirecioná-los, facilitando sua caminhada na linha reta da evolução.
As energias irradiadas por Iansã densificam o mental, diminuindo  seu magnetismo, estimulam o emocional, acelerando suas vibrações, com isso, o ser se torna mais emotivo e facilmente redirecionado.
Mãe Iansã é a Divindade da Lei cuja a natureza é eólica, daí ser chamada de Senhora  dos Ventos e Tempestades. Ela é o próprio sentido da direção da Lei; dando direção à sua evolução e à sua religiosidade . Ela areja nosso emocional e nos proporciona  um novo sentido a vida em uma nova direção, renovando a Fé na mente dos seres. A ela podemos pedir nosso encaminhamento no encontro de novos empreendimentos, conhecimentos, religião, processos, novas condições, nos vários campos  da vida.
Ela é dona do direcionamento, quando ficamos  sem saber o que fazer, devemos pedir a nossa Mãe Iansã que nos direcione  na vida, principalmente em negócios difíceis de serem resolvidos.
Guardiã dos Mistérios de Deus, ela anula as injustiças e dilui os acúmulos emocionais pois, faz par com Xango na o Trono da justiça e  também com Ogum no trono da Lei.
Como seu magnetismo aéreo, reflete em nós a idealização, lealdade, sustentação, ordenação, e segurança, sua energia eólica é fundamental  ao arejamento mental e ao equilíbrio emocional, ela areja nossa mente e direciona nossa evolução fortalecendo nosso sentimento vituoso.
Iansã é a Lei direcionando os seres em desequilíbrios, é a Lei de Deus atuando na mente e no coração dos seres para melhores condições de vida.
Salve nossa Amada Mãe Iansã, nos direcione sempre no caminho  do amor e da verdade!
Na Umbanda comemoramos o  seu dia em 04 de dezembro.
  

quarta-feira, 30 de novembro de 2011

A HISTÓRIA DA UMBANDA

É praticamente impossível falar de Umbanda e sua origem sem mencionar o nome de Zélio Fernandino de Moraes, como também falar sobre o Kardecismo sem mencionar Allan Kardec.
A Umbanda foi oficialmente declarada como religião em 1908, mo entanto, este episódio vem sendo relegado a plano secundário por várias correntes importantes (muitas inclusive surgiram a partir da Tenda Nossa Senhora da Piedade), que pregam a Umbanda como existente antes desta data. Nós adotamos a data da oficialização do Zélio de Moraes e os seus ensinamentos básicos, embora todas as correntes mereçam o devido respeito.Mas nada como o tempo, para corrigir as distorções entre os pregadores através da Lei do uso e do costume!
 E aqui segue o relato do marco inicial da Umbanda:

Zélio Fernandino de Moraes nasceu no dia 10 de abril de 1891, no distrito de Neves, município de São Gonçalo - Rio de Janeiro. Aos dezessete anos quando estava se preparando para servir as Forças Armadas através da Marinha aconteceu um fato curioso: começou a falar em tom manso e com um sotaque diferente da sua região, parecendo um senhor com bastante idade. À princípio, a família achou que houvesse algum distúrbio mental e o encaminhou ao seu tio, Dr. Epaminondas de Moraes, médico psiquiatra e diretor do Hospício da Vargem Grande.
Após alguns dias de observação e não encontrando os seus sintomas em nenhuma literatura médica sugeriu à família que o encaminhassem a um padre para que fosse feito um ritual de exorcismo, pois desconfiava que seu sobrinho estivesse possuído pelo demônio. Procuraram, então também um padre da família que após fazer ritual de exorcismo não conseguiu nenhum resultado.
Tempos depois, Zélio foi acometido por uma estranha paralisia, para o qual os médicos não conseguiram encontrar a cura. Passado algum tempo, num ato surpreendente Zélio ergueu-se do seu leito e declarou: "Amanhã estarei curado".
No dia seguinte começou a andar como se nada tivesse acontecido. Nenhum médico soube explicar como se deu a sua recuperação. Sua mãe, D. Leonor de Moraes, levou Zélio a uma curandeira chamada D. Cândida, figura conhecida na região onde morava e que incorporava o espírito de um preto velho chamado Tio Antônio. Tio Antônio recebeu o rapaz e fazendo as suas rezas lhe disse que possuía o fenômeno da mediunidade e deveria trabalhar com a caridade.
O Pai de Zélio de Moraes Sr. Joaquim Fernandino Costa, apesar de não freqüentar nenhum centro espírita, já era um adepto do espiritismo, praticante do hábito da leitura de literatura espírita. No dia 15 de novembro de 1908, por sugestão de um amigo de seu pai, Zélio foi levado a Federação Espírita de Niterói. Chegando na Federação e convidados por José de Souza, dirigente daquela Instituição sentaram-se a mesa. Logo em seguida, contrariando as normas do culto realizado, Zélio levantou-se e disse que ali faltava uma flor. Foi até o jardim apanhou uma rosa branca e colocou-a no centro da mesa onde realizava-se o trabalho. Tendo-se iniciado uma estranha confusão no local ele incorporou um espírito e simultaneamente diversos médiuns presentes apresentaram incorporações de caboclos e pretos velhos. Advertidos pelo dirigente do trabalho a entidade incorporada no rapaz perguntou:
"- Porque repelem a presença dos citados espíritos, se nem sequer se dignaram a ouvir suas mensagens. Seria por causa de suas origens sociais e da cor?"
Após um vidente ver a luz que o espírito irradiava perguntou:
"- Porque o irmão fala nestes termos, pretendendo que a direção aceite a manifestação de espíritos que, pelo grau de cultura que tiveram quando encarnados, são claramente atrasados? Por que fala deste modo, se estou vendo que me dirijo neste momento a um jesuíta e a sua veste branca reflete uma aura de luz? E qual o seu nome meu irmão?"
Ele responde:
"- Se julgam atrasados os espíritos de pretos e índios, devo dizer que amanhã estarei na casa deste aparelho, para dar início a um culto em que estes pretos e índios poderão dar sua mensagem e, assim, cumprir a missão que o plano espiritual lhes confiou. Será uma religião que falará aos humildes, simbolizando a igualdade que deve existir entre todos os irmãos, encarnados e desencarnados. E se querem saber meu nome que seja este: Caboclo das Sete Encruzilhadas, porque não haverá caminhos fechados para mim."
O vidente ainda pergunta:
"- Julga o irmão que alguém irá assistir a seu culto?"
Novamente ele responde:
"-Colocarei uma condessa em cada colina que atuará como porta-voz, anunciando o culto que amanhã iniciarei."
Depois de algum tempo todos ficaram sabendo que o jesuíta que o médium verificou pelos resquícios de sua veste no espírito, em sua última encarnação foi o Padre Gabriel Malagrida.
No dia 16 de novembro de 1908, na rua Floriano Peixoto, 30 – Neves – São Gonçalo – RJ, aproximando-se das 20:00 horas, estavam presentes os membros da Federação Espírita, parentes, amigos e vizinhos e do lado de fora uma multidão de desconhecidos. Pontualmente as 20:00 horas o Caboclo das Sete Encruzilhadas desceu e usando as seguintes palavras iniciou o culto:
"-Aqui inicia-se um novo culto em que os espíritos de pretos velhos africanos, que haviam sido escravos e que desencarnaram não encontram campo de ação nos remanescentes das seitas negras, já deturpadas e dirigidas quase que exclusivamente para os trabalhos de feitiçaria e os índios nativos da nossa terra, poderão trabalhar em benefícios dos seus irmãos encarnados, qualquer que seja a cor, raça, credo ou posição social. A pratica da caridade no sentido do amor fraterno, será a característica principal deste culto, que tem base no Evangelho de Jesus e como mestre supremo Cristo".
Após estabelecer as normas que seriam utilizadas no culto e com sessões diárias das 20:00 às 22:00 horas, determinou que os participantes deveriam estar vestidos de branco e o atendimento a todos seria gratuito. Disse também que estava nascendo uma nova religião e que chamaria Umbanda.
O grupo que acabara de ser fundado recebeu o nome de Tenda Espírita Nossa Senhora da Piedade e o Caboclo das Sete Encruzilhadas disse as seguintes palavras:
"- Assim como Maria acolhe em seus braços o filho, a tenda acolherá aos que a ela recorrerem nas horas de aflição, todas as entidades serão ouvidas, e nós aprenderemos com aqueles espíritos que souberem mais e ensinaremos aqueles que souberem menos e a nenhum viraremos as costas e nem diremos não, pois esta é a vontade do Pai."
Ainda respondeu perguntas de sacerdotes que ali se encontravam em latim e alemão.
O caboclo foi atender um paralítico, fazendo este ficar curado. Passou a atender outras pessoas que haviam neste local, praticando suas curas.
Nesse mesmo dia incorporou um preto velho chamado Pai Antônio, aquele que, com fala mansa, foi confundido como loucura de seu aparelho e com palavras de muita sabedoria e humildade e com timidez aparente, recusava-se a sentar-se junto com os presentes à mesa dizendo as seguintes palavras:
"- Nêgo num senta não meu sinhô, nêgo fica aqui mesmo. Isso é coisa de sinhô branco e nêgo deve arrespeitá",
Após insistência dos presentes fala:
"- Num carece preocupá não. Nêgo fica no toco que é lugá di nêgo".
Assim, continuou dizendo outras palavras representando a sua humildade. Uma pessoa na reunião pergunta se ele sentia falta de alguma coisa que tinha deixado na terra e ele responde:
"- Minha caximba.,nêgo qué o pito que deixou no toco. Manda mureque buscá".
Tal afirmativa deixou os presentes perplexos, os quais estavam presenciando a solicitação do primeiro elemento de trabalho para esta religião. Foi Pai Antonio também a primeira entidade a solicitar uma guia, até hoje usadas pelos membros da Tenda e carinhosamente chamada de "Guia de Pai Antonio".
No outro dia formou-se verdadeira romaria em frente a casa da família Moraes. Cegos, paralíticos e médiuns que eram dados como loucos foram curados.
A partir destes fatos fundou-se a Corrente Astral de Umbanda.
Após algum tempo manifestou-se um espírito com o nome de Orixá Malé, este responsável por desmanchar trabalhos de baixa magia, espírito que, quando em demanda era agitado e sábio destruindo as energias maléficas dos que lhe procuravam.
Dez anos depois, em 1918, o Caboclo das Sete Encruzilhadas recebendo ordens do astral fundou sete tendas
para a propagação da Umbanda, sendo elas as seguintes:
Tenda Espírita Nossa Senhora da Guia;
Tenda Espírita Nossa Senhora da Conceição;
Tenda Espírita Santa Bárbara;
Tenda Espírita São Pedro;
Tenda Espírita Oxalá;
Tenda Espírita São Jorge;
Tenda Espírita São Jerônimo
.
As sete linhas que foram ditadas para a formação da Umbanda são: Oxalá, Iemanjá, Ogum, Iansã, Xangô, Oxossi e Exu.
Enquanto Zélio estava encarnado, foram fundadas mais de 10.000 tendas a partir das acima mencionadas.
Zélio nunca usou como profissão a mediunidade, sempre trabalhou para sustentar sua família e muitas vezes manter os templos que o Caboclo fundou, além das pessoas que se hospedavam em sua casa para os tratamentos espirituais, que segundo o que dizem parecia um albergue. Nunca aceitara ajuda monetária de ninguém era ordem do seu guia chefe, apesar de inúmeras vezes isto ser oferecido a ele.
O ritual sempre foi simples. Nunca foi permitido sacrifícios de animais. Não utilizavam atabaques ou qualquer outros objetos e adereços. Os atabaques começaram a ser usados com o passar do tempo por algumas das Tendas fundadas pelo Caboclo das Sete Encruzilhadas, mas a Tenda Nossa Senhora da Piedade não utiliza em seu ritual até hoje.
As guias usadas eram apenas as determinadas pelas entidades que se manifestavam.
A preparação dos médiuns era feita através de banhos de ervas e do ritual do amaci, isto é, a lavagem de cabeça onde os filhos de Umbanda afinizam a ligação com a vibração dos seus guias.
Após 55 anos de atividade, entregou a direção dos trabalhos da Tenda Nossa Senhora da Piedade a suas filhas Zélia e Zilméia, as quais até hoje os dirigem.
Mais tarde junto com sua esposa Maria Isabel de Moraes, médium ativa da Tenda e aparelho do Caboclo Roxo fundaram a Cabana de Pai Antonio no distrito de Boca do Mato, município de Cachoeira do Macacú – RJ. Eles dirigiram os trabalhos enquanto a saúde de Zélio permitiu.
Pai Zélio Fernandino de Moraes, faleceu aos 84 anos no dia 03 de outubro de 1975.
  RETIRADO DO SITE: http://www.colegiodeumbanda.com.br

terça-feira, 29 de novembro de 2011

A Fé e Religiosidade

— Fé é o ato de crermos em Deus e suas divindades.
— Religiosidade é a forma como manifestamos nossa fé, que envolve nossos sentimentos íntimos e nossa postura diante de Deus e suas divindades, assim como, diante da vida e de nossos semelhantes.
De nada adianta crermos em Deus se nossa religiosidade é nula ou negativa.
Quantos não têm fé na existência de Deus e de suas divindades, e crêem que atuam em nossa vida e em nosso favor nos momentos difíceis, mas somente buscam esse amparo divino quando chegam ao desespero. Estes tem fé mas não a cultivam com uma religiosidade em suas vidas e suas posturas no dia-a-dia. Saibam que fé é a crença no poder divino. Já a religiosidade é o ato de trazermos para nossa vida e nosso dia-a-dia o comportamento e a postura preconizados como qualidades superiores pela nossa religião e sua doutrina. Se nossa doutrina prega que somos filhos de um mesmo pai (Deus), então o nosso comportamento diante de nossos semelhantes deve pautar-se por este sentimento fraterno que congrega e irmana os seres. E nossa postura diante de um nosso semelhantes deve ser de respeito e de confiança.
A nossa religiosidade nos distingue perante nossos semelhantes e nos qualifica como seres regidos por Deus e suas divindades, e todos esperam de nós uma conduta e uma postura condizente com o que nossa religião prega: — amor e fraternidade para e com nossos semelhantes.
Meditem e reflitam se vossa fé é forte e se vosso comportamento e postura a refletem ou se vossa religiosidade está precisando aperfeiçoar-se e vossa fé está necessitando de um reforço extra, pois está fragilizada pelas vossas dificuldades do dia-a-dia.
Texto extraído do Livro “Doutrina e Teologia de Umbanda” - Obra psicografada por Rubens Saraceni

Mediunidade


A importância da educação mediúnica - Mitos e Preconceitos

“Desenvolver a mediunidade não significa dar algo a quem não está habilitado para recebê-lo, mas sim, em habilitar alguém a assumir conscientemente o Dom com o qual foi ungido. Ao contrário do que apregoam a mediunidade não é punição, e sim benção divina concedida ao espírito no momento em que encarna.” A educação mediúnica é de suma importância para quem realiza práticas magísticas ou religiosas de fundo espiritual, espiritualista ou espiritualizador.
Quando alguém adentrar pela primeira vez num templo de Umbanda, notará que os praticantes fazem certas saudações rituais de significado ou valor por eles desconhecidos. O comportamento exterior dos praticantes se altera, eles se tornam diferentes dentro do recinto consagrado às práticas religiosas. Tudo isto faz parte de educação mediúnica, e os comportamentos têm de estar afinizados com o que se realiza dentro de um espaço consagrado. Mas até aqui ainda estamos abordando aspectos exteriores da formação religiosa, pois ao nos voltarmos para o interior dela deparamo-nos com a educação mediúnica. Para colocar o médium em sintonia com o mundo invisível, cria-se toda uma pré-disposição às manifestações espirituais e aos rituais magísticos.
A educação mediúnica é muito importante, pois somente se reeducando internamente, um médium alcança níveis vibratórios mentais e conscienciais que lhe facultam os níveis espirituais superiores, a sintonização mental com seu mestre individual, a neutralização de possíveis vícios antagônicos (fumo e álcool, utilizados nos trabalhos) com as práticas religiosas e a compreensão ou percepção do que está acontecendo à sua volta, mas que não está visível, assim como do que está acontecendo dentro de seu campo mediúnico. Quando bem educado mediunicamente, sua sensitividade é capaz de identificar presenças positivas ou negativas que adentram em seus limites vibratórios.
Os mitos
Os mitos sempre têm um pouco de verdade e um pouco de fantasia. É comum dizer-se que quem desenvolve sua mediunidade torna-se mais capaz do que aquele que não a desenvolve. Isso é uma verdade somente se aquele que se desenvolveu mediunicamente também compreendeu os compromissos que assumiu. Mas é pura fantasia se ele nada entendeu sobre seus compromissos.  Uma vez que  adquiriu um poder relativo,  começa a se chocar com um poder absoluto, que é a Lei de Ação e Reação; assim, sua suposta superioridade logo o lança em um sensível abismo consciencial.
Portanto, quando o assunto é mediunidade todo cuidado é pouco, e toda precaução não é o suficiente se não estiver presente uma forte dose de humildade e compreensão de que um médium não é um  fim em si mesmo, mas sim  tão somente um meio.
Preconceitos
Muitos são os preconceitos quanto à educação mediúnica. Muitas pessoas temem certas inverdades  divulgadas à solapa por desconhecedores das religiões espiritualistas.
Vamos a algumas colocações correntes que pululam no meio religioso:
· a mediunidade é uma provação purgatória;
· a mediunidade é uma punição cármica;
· a mediunidade escraviza os médiuns;
· a mediunidade limita o ser.
Comecemos por desmentir estas colocações negativas:
1 – mediunidade não é uma provação purgatória, mas sim uma provação Divina e um Dom que aflorou no ser que alcançou uma certa etapa evolutiva, e assumiu um compromisso no plano astral antes de encarnar. Se bem desenvolvida, irá acelerar sua evolução espiritual;
2 – não é uma punição cármica, mas sim um ótimo recurso que a Lei nos facultou para nos harmonizarmos com nossas ligações ancestrais;
3 – não escraviza o médium, apenas exige dele uma conduta em acordo com o que esperam os espíritos que através dele atuam no plano material para socorrer os encarnados necessitados tanto de amparo espiritual, quanto de uma palavra de consolo, conforto ou esclarecimento;
4 – não limita o ser, pois é um sacerdócio. E ou é entendida como tal ou de nada adianta alguém ser médium e não assumir conscientemente sua mediunidade;
Para concluir, podemos dizer que a mediunidade por ser um Dom tem de ser praticada com fé, amor e caridade. Só assim nos mostramos dignos do Senhor de Todos os Dons: nosso Divino Criador!
Pai Rubens Saraceni
Portal TV Umbanda

segunda-feira, 28 de novembro de 2011

ORIXÁ NANA BURUQUÊ

Rege sobre a maturidade e seu campo preferencial de atuação é o racional dos seres. Atua decantando os seres emocionados e preparando-os para uma nova “vida”, já mais equilibrada.

A orixá Nanã Buruquê rege uma dimensão formada por dois elementos, que são: terra e água. Ela é de natureza cósmica pois seu campo preferencial de atuação é o emocional dos seres que, quando recebem suas irradiações, aquietam-se, chegando até a terem suas evoluções paralisadas. E assim permanecem até que tenham passado por uma decantação completa de seus vícios e desequilíbrios mentais. Nanã forma com Obaluaiyê a sexta linha de Umbanda, que é a linha da Evolução. E enquanto ele atua na passagem do plano espiritual para o material (encarnação), ela atua na decantação emocional e no adormecimento do espírito que irá encarnar. Saibam que os orixás Obá e Omulu são regidos por magnetismos “terra pura”, enquanto Nanã e Obaluaiyê são regidos por magnetismos mistos “terra-água”. Obaluaiyê absorve essência telúrica e irradia energia elemental telúrica, mas também absorve energia elemental aquática, fraciona-a em essência aquática e a mistura à sua irradiação elemental telúrica, que se torna “úmida”. Já Nanã, atua de forma inversa: seu magnetismo absorve essência aquática e a irradia como energia elemental aquática; absorve o elemento terra e, após fracioná-lo em essência, irradia-o junto com sua energia aquática.

Estes dois orixás são únicos, pois atuam em pólos opostos de uma mesma linha de forças e, com processos inversos, regem a evolução dos seres. Enquanto Nanã decanta e adormece o espírito que irá reencarnar, Obaluaiyê o envolve em uma irradiação especial, que reduz o corpo energético, já adormecido, até o tamanho do feto já formado dentro do útero materno onde está sendo gerado .


Este mistério divino que reduz o espírito ao tamanho do corpo carnal, ao qual já está ligado desde que ocorreu a fecundação do óvulo pelo sêmen, é regido por nosso amado pai Obaluaiyê, que é o “Senhor das Passagens” de um plano para outro.

Já nossa amada mãe Nanã, envolve o espírito que irá reencarnar em uma irradiação única, que dilui todos os acúmulos energéticos, assim como adormece sua memória, preparando-o para uma nova vida na carne, onde não se lembrará de nada do que já vivenciou. É por isso que Nanã é associada à senilidade, à velhice, que é quando a pessoa começa a se esquecer de muitas coisas que vivenciou na sua vida carnal. Portanto, um dos campos de atuação de Nanã é a “memória” dos seres. E, se Oxóssi aguça o raciocínio, ela adormece os conhecimentos do espírito para que eles não interfiram com o destino traçado para toda uma encarnação.

Em outra linha da vida, ela é encontrada na menopausa. No inicio desta linha está Oxum estimulando a sexualidade feminina; no meio está Yemanjá, estimulando a maternidade; e no fim está Nanã, paralisando tanto a sexualidade quanto a geração de filhos. Nas “linhas da vida”, encontramos os orixás atuando através dos sentidos e das energias. E cada um rege uma etapa da vida dos seres.

Logo, quem quiser ser categórico sobre um orixá, tome cuidado com o que afirmar, porque onde um de seus aspectos se mostra, outros estão ocultos. E o que está visível nem sempre é o principal aspecto em uma linha da vida. Saibam que Nanã em seus aspectos positivos forma pares com todos os outros treze orixás, mas sem nunca perder suas qualidades “água-terra”. Já em seus aspectos negativos, bem, como a Umbanda não lida com eles, que os comente quem lidar, certo?

UMBANDA

A Umbanda é uma religião nova, com cerca de um século de existência.
Ela é sincrética e absorveu conceitos, posturas e preceitos cristãos, indígenas e afros, pois estas três culturas religiosas estão na sua base teológica e são visíveis ao bom observador.
Uma data é o marco inicial da Umbanda: a manifestação do Senhor Caboclo das Sete Encruzilhadas no médium Zélio Fernandino de Morais ocorrida no ano de 1908, diferenciando-a do espiritismo e dos cultos de nação Candomblé de então.
A Umbanda tem suas raízes nas religiões indígenas, africanas e cristã, mas incorporou conhecimentos religiosos universais pertencentes a muitas outras religiões.
Umbanda é o sinônimo de prática religiosa e magística caritativa e não tem a cobrança pecuniária como uma de suas práticas usuais. Porém, é licito o chamamento dos médiuns e das pessoas que freqüentam seus templos no sentido de contribuírem para a manutenção deles ou para a realização de eventos de cunho religioso ou assistencial aos mais necessitados.
A Umbanda não recorre aos sacrifícios de animais para assentamento de orixás e não tem nessa prática legitima e tradicional do Candomblé um dos seus recursos ofertatórios às divindades, pois recorre às oferendas de flores, frutos, alimentos e velas quando as reverencia.
A Umbanda não aceita a tese defendida por alguns adeptos dos cultos de nação que diz que só com a catulagem de cabeça e só com o sacrifício de animais é possível as feituras de cabeça (coroação do médium) e o assentamento dos orixás, pois, para a Umbanda, a fé é o mecanismo íntimo que ativa Deus, suas divindades e os guias espirituais em beneficio dos médiuns e dos freqüentadores dos seus templos.
A fé é o principal fundamento religioso da Umbanda e suas práticas ofertatórias isentas de sacrifícios de animais são uma reverencia aos orixás e aos guias espirituais, recomendando-as aos seus fiéis, pois são mecanismos estimuladores do respeito e da união religiosa com as divindades e os espíritos da natureza ou que se servem dela para auxiliarem os encarnados.
A Umbanda não é uma seita, e sim um religião, ainda meio difusa devido à aceitação maciça de médiuns cujas formações religiosas se processaram em outras religiões e cujo usos e costumes vão sendo diluídos muito lentamente para não melindrar os conceitos e as posturas religiosas dos seus novos adeptos, adquiridos fora da Umbanda, mas respeitados por ela.
A Umbanda não apressa o desenvolvimento doutrinário dos seus fiéis, pois tem no tempo e na espiritualidade dois ótimos recursos para conquistar o coração e a mente dos seus fiéis.
A Umbanda tem na mediunidade de incorporação a sua maior fonte de adeptos, pois a mediunidade independe da crença religiosa das pessoas e, como a maioria das religiões, condena os médiuns ou segrega-os, taxando-os de pessoas possessas ou desequilibradas, então a Umbanda não tem que se preocupar, pois sempre será procurada pelas pessoas possuidoras de faculdades mediúnicas, principalmente a de incorporação.
A Umbanda tem de preparar muito bem os seus sacerdotes para que estes acolham em seus templos todas as pessoas possuidoras de faculdades mediúnicas e as auxiliem no desenvolvimento delas, preparando-as para que futuramente se tornem, também elas os seus futuros sacerdotes.
A Umbanda tem na mediunidade de incorporação o seu principal mecanismo de prática religiosa, pois, com seus médiuns bem preparados, assiste seus fiéis, auxilia na resolução de problemas graves ou corriqueiros, todos tratados com a mesma preocupação e dedicação espiritual e sacerdotal.
A Umbanda é uma religião espírita e espiritualista. Espírita porque está, em parte, fundamentada na manifestação dos espíritos guias. E espiritualista porque incorporou conceitos e práticas espiritualistas (referentes ao mundo espiritual), tais como magias espirituais e religiosas, culto aos ancestrais Divinos, culto religioso aos espíritos superiores da natureza, culto aos espíritos elevados ou ascencionados e que retornam como guias-chefes, para auxiliar a evolução das pessoas que freqüentam os templos de Umbanda.
A Umbanda, por ser sincrética, não alimenta em seu seio segregacionismo religioso de nenhuma espécie e vê as outras religiões como legitimas representantes de Deus. E vê todas como ótimas vias evolutivas criadas por Ele para acelerarem a evolução da humanidade.
A Umbanda não adota práticas agressivas de conversão religiosa, pois acha estes procedimentos uma violência consciencial contra as pessoas, preferindo somente auxiliar quem adentrar em seus templos. O tempo e o auxílio espiritual desinteressado ou livre de segundas intenções tem sido os maiores atrativos dos fiéis umbandistas.
A Umbanda crê que sacerdotes que exigem a conversão ou batismo obrigatório de quem os procura (pois só assim poderão ser auxiliados por eles e por Deus) com certeza são movidos por segundas intenções e, mais dia menos dia, as colocarão para quem se converteu para serem auxiliados por eles. (Veja famosos pastores mercantilistas eletrônicos ou alguns supostos sacerdotes de cultos que vivem dos boris e dos ebós que recomendam incisivamente aos seus fiéis, tornando-os totalmente dependentes dessas práticas caso queiram algum auxílio espiritual ou religioso).
A Umbanda prega que os espíritos elevados (os seus espíritos guias) são dotados de faculdades e poderes superiores ao senso comum dos encarnados e tem neles um dos seus recursos religiosos e magísticos, recorrendo a eles em suas sessões de trabalho e tendo neles um dos seus fundamentos religiosos.
A Umbanda prega que as divindades de Deus (os orixás) são seres Divinos dotados de faculdades e poderes superiores aos dos espíritos e tem nelas um dos seus fundamentos religiosos, recomendando o culto a elas e a prática de oferendas como uma das formas de reverenciá-las, já que são indissociadas da natureza terrestre ou Divina de tudo o que Deus criou.
A Umbanda prega a existência de um Deus único e tem nessa sua crença o seu maior fundamento religioso, ao qual não dispensa em nenhum momento nos seus cultos religiosos e, mesmo que reverencie as divindades, os espíritos da natureza e os espíritos ascencionados (os guias-chefes), não os dissocia D'Ele, o nosso Pai Maior e nosso Divino Criador.
Texto extraído do livro "Doutrina e Teologia de Umbanda Sagrada" de Rubens Saraceni

quinta-feira, 24 de novembro de 2011

O que é a Umbanda?

A Umbanda é fundamentada pelos espíritos incorporantes que conquistam a mente e o coração das pessoas, por meio do auxílio espiritual.Por vontade dos seus mentores, a Umbanda incorporou os nomes iorubas das divindades, sua teogonia (conjunto de divindades de um povo), sua teofania (aparição ou revelação da divindade), sua cosmogonia (teoria da fundação do mundo) e sua androgenesia (ciência que estuda o desenvolvimento físico e moral da espécie humana), unificando todo o universo religioso umbandista. Temos na Umbanda conhecimentos herdados das muitas nações africanas, os quais podemos verificar até nos nomes das linhas de trabalhos dos pretos-velhos: Congo, Angola, Guiné, Keto, Cambinda, Conga, Mina... Temos também o conhecimento religioso dos índios. Erês - na maioria são seres encantados, manipuladores naturais de energias elementares. Têm o poder de mexer com a psique dos médiuns e descontraí-los, aliviando seus subconscientes dos problemas do dia-a-dia. Exu - abre caminho para que este universo magístico se manifeste com segurança. Diversidade de nomes - um Orixá sendo cultuado por diversos nomes. Mais tudo tem sua origem no mistério Trono de Deus!Sete Tronos de Deus (Mistérios de Deus):· Trono da Fé; · Trono do Amor; · Trono do Conhecimento; · Trono da Justiça; · Trono da Lei; · Trono da Evolução; · Trono da Geração. A cada renovação religiosa e surgimento de uma nova religião, os sete tronos Divinos renovam os nomes dos membros de suas hierarquias, porque aquelas que alcançaram um grau e um poder multidimensional tanto podem ascender para graus celestiais (extraplanetários) quanto podem optar pela humanização do seu mistério individual e fundar uma nova religião na dimensão humana, como podem optar por espiritualizar-se e trazer consigo sua hierarquia pessoal, cujos membros encarnarão e acelerarão a evolução humana. Humanizar-se é dar feições humanas às suas qualidades Divinas. Espiritualizar-se é nascer para a carne e ascender em espírito aos níveis excelsos da faixa vibratória celestial, na qual atuará com Luminar da Humanidade. (Continua...)Texto extraído do livro "Doutrina e Teologia de Umbanda Sagrada" de Rubens Saraceni.